quarta-feira, 30 de julho de 2014
terça-feira, 29 de julho de 2014
segunda-feira, 28 de julho de 2014
sábado, 26 de julho de 2014
ÊXTASE PAGÃO
A série com Rebolo e Fabiel passou a se chamar ÊXTASE PAGÃO, expressão tirada de um soneto de Florbela Espanca. Continua saindo na revista Junior http://mixbrasil.xpg.uol.com.br/junior e os tags aqui no blog passaram a indicar só “êxtase pagão”. Entram mais personagens, a trama se adensa etc.
sexta-feira, 25 de julho de 2014
quarta-feira, 23 de julho de 2014
segunda-feira, 21 de julho de 2014
ANONIMATO
Este blog nunca foi campeão de comentários, mas às vezes rola. Quando vários usam o “anônimo”, fica uma confusão para esta velha reginaduarte. Por favor, bolem uma outra saída. Grata.
domingo, 20 de julho de 2014
INCITAÇÃO À VIOLÊNCIA
Eu ia deixar pra lá, mas resolvi desabafar. Um “anônimo” ou “anônima” (o sistema não dá margem à flexão, acho) me acusa de incitar a violência, num comentário à tira 7, do dia 19/6. Esse tipo de crítica não é crítica, é uma incitação à censura. Não consigo entender como alguém que afirma que ama meu trabalho desde a adolescência acha, hoje, que essa história é uma “incitação à violência”. Não leu nada, não viu nada, não pensou nada.
*****************
A anônima (sempre anônima) pergunta como pode um comentário censurar, já que não tem “poder”. Ainda bem que o dela não tem. Mas o que eu disse foi que ela incita à censura, não que exerça.
Ela não lê, não adianta.
*****************
A anônima (sempre anônima) pergunta como pode um comentário censurar, já que não tem “poder”. Ainda bem que o dela não tem. Mas o que eu disse foi que ela incita à censura, não que exerça.
Ela não lê, não adianta.
sábado, 19 de julho de 2014
sexta-feira, 18 de julho de 2014
UM TEXTO DE 2012
LADY GAGA E O PROCESSO CRIATIVO
Numa entrevista à revista Rolling Stone, Lady Gaga diz que não faz análise porque não quer correr o risco de bloquear seu processo criativo.
Gosto dela - não tanto da música (sou meio pentelha nesse assunto), mas desse jeitão de dizer qualquer coisa sem medo e se comportar como se fosse uma celebridade milionária - coisa que ela é, mas funcionaria também se não fosse.
A Bia, linda travesti que mora aqui perto, age do mesmo jeito e também é fascinante.
Voltando ao assunto, uma vez o humorista Jaguar, meu mestre querido, disse coisa parecida.
Que tinha receio de não conseguir mais escrever e desenhar se viesse a “conhecer a si mesmo”.
Confesso que já senti o mesmo.
Ao longo da vida, sempre fiz alguma forma de terapia - análise, mesmo, só recentemente -, mas sempre sob o bafo desse medo.
Achava que o fluxo das ideias e dos sentimentos que produzem uma história, um desenho, passa necessariamente pela zona de sombra e dubiedade da nossa loucura particular - e que tentar acessar algum ponto de clareza pode desmobilizar esse ímpeto, interromper este fluxo.
Achava que a doideira precisa ser doida mesmo, pra que não se cubra do clichê das convicções gerais, das ideias prontas, do bom-senso óbvio e tedioso.
Hoje suspeito do contrário.
Ou melhor, suspeito que existam essas duas possibilidades, em momentos diferentes da vida - ou em pessoas diversas, como diversas são as pessoas nesse mundo.
Sinto que existe um cenário de dificuldade - o famoso bloqueio criativo - que é resultado justamente da falta de acesso às nossas áreas malditas.
Porque ali se encontram horrores, sim - mas também a razão que nos faz dar os passos que damos, escolher as palavras ou os traços que escolhemos.
Ali estão nossos medos e a nossa saída.
Margaret Atwood, eu seu livro “Negociando com os Mortos”, discorre sobre o movimento que fazem os escritores em busca de sua literatura, da força vital em sua literatura - e sobre a necessidade desse mergulho.
É essa a essência do primeiro romance da história, a epopéia de Gilgamesh - o mergulho, o retorno e o relato.
O autor Lourenço Mutarelli afirma ter ido ao inferno, voltado e marcado o caminho pra poder transitar quando precisa.
Lady Gaga pode não ter feito análise, mas, pela força da sua arte (eu sou meio pentelha mas sei reconhecer…), certamente achou sua própria trilha no mapa complexo das mentes e dos corações.
Laerte
Numa entrevista à revista Rolling Stone, Lady Gaga diz que não faz análise porque não quer correr o risco de bloquear seu processo criativo.
Gosto dela - não tanto da música (sou meio pentelha nesse assunto), mas desse jeitão de dizer qualquer coisa sem medo e se comportar como se fosse uma celebridade milionária - coisa que ela é, mas funcionaria também se não fosse.
A Bia, linda travesti que mora aqui perto, age do mesmo jeito e também é fascinante.
Voltando ao assunto, uma vez o humorista Jaguar, meu mestre querido, disse coisa parecida.
Que tinha receio de não conseguir mais escrever e desenhar se viesse a “conhecer a si mesmo”.
Confesso que já senti o mesmo.
Ao longo da vida, sempre fiz alguma forma de terapia - análise, mesmo, só recentemente -, mas sempre sob o bafo desse medo.
Achava que o fluxo das ideias e dos sentimentos que produzem uma história, um desenho, passa necessariamente pela zona de sombra e dubiedade da nossa loucura particular - e que tentar acessar algum ponto de clareza pode desmobilizar esse ímpeto, interromper este fluxo.
Achava que a doideira precisa ser doida mesmo, pra que não se cubra do clichê das convicções gerais, das ideias prontas, do bom-senso óbvio e tedioso.
Hoje suspeito do contrário.
Ou melhor, suspeito que existam essas duas possibilidades, em momentos diferentes da vida - ou em pessoas diversas, como diversas são as pessoas nesse mundo.
Sinto que existe um cenário de dificuldade - o famoso bloqueio criativo - que é resultado justamente da falta de acesso às nossas áreas malditas.
Porque ali se encontram horrores, sim - mas também a razão que nos faz dar os passos que damos, escolher as palavras ou os traços que escolhemos.
Ali estão nossos medos e a nossa saída.
Margaret Atwood, eu seu livro “Negociando com os Mortos”, discorre sobre o movimento que fazem os escritores em busca de sua literatura, da força vital em sua literatura - e sobre a necessidade desse mergulho.
É essa a essência do primeiro romance da história, a epopéia de Gilgamesh - o mergulho, o retorno e o relato.
O autor Lourenço Mutarelli afirma ter ido ao inferno, voltado e marcado o caminho pra poder transitar quando precisa.
Lady Gaga pode não ter feito análise, mas, pela força da sua arte (eu sou meio pentelha mas sei reconhecer…), certamente achou sua própria trilha no mapa complexo das mentes e dos corações.
Laerte